Recordar, Repetir, Elaborar

Recordar, repetir e elaborar são conceitos importantes para a psicanálise e têm relação com os fenômenos observáveis na prática clínica. A postagem de hoje tem o objetivo de apresentar a vocês um pouco desses processos imprescindíveis para o processo analítico.

Larissa Dantas

7/21/20241 min read

Recordar, repetir e elaborar são conceitos importantes para a psicanálise e têm relação com os fenômenos observáveis na prática clínica. A postagem de hoje tem o objetivo de apresentar a vocês um pouco desses processos imprescindíveis para o processo analítico.
Freud nos indica que ao longo de uma análise os pacientes irão lembrar de vários momentos da infância, dos desejos que tinham e que foram esquecidos e toda essa rememoração é um processo importante para a elaboração de um novo futuro. Alguns desses conteúdos podem ser pouco acessíveis no nosso inconsciente, o que pode dar origem a uma série de sintomas. Mesmo que o paciente não lembre-se do que foi esquecido (ou recalcado), isso que foi esquecido não é reproduzido como lembrança, mas sim como ato, que é repetido sem que o paciente se dê conta que repete.
Daí a necessidade da repetição, que é o ponto no qual o paciente inicia seu tratamento. Ao dizer tudo que vem à mente sem censura (regra psicanalítica fundamental), a repetição cumpre a função de lembrar. Para Freud, é possível acessar pela repetição certos conteúdos que não são facilmente acessíveis no nosso inconsciente e é um processo que demanda tempo até que a pessoa elabore de outro modo o conteúdo que estava reprimido.
Por isso, para Freud não basta apenas recordar para melhorar nosso futuro. É a partir da repetição que se faz possível a elaboração que possibilita dar um novo sentido para as experiências que até então estavam sob a égide do sintoma.